Os Olhos
Doenças Oculares, como identificá-las?
As doenças dos olhos afetam uma grande parcela da população mundial. Felizmente, com os avanços tecnológicos e da medicina oftalmolófica, hoje é possivel previnir, curar e tratar problemas nos olhos que há alguns anos eram consideradas incuráveis.
Algumas doenças oftalmológicas prejudicam a capacidade visual, outras podem até levar a perda total da visão. E grande parte delas podem ser prevenidas através do diagnostico de um oftalmologista experiente.
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Importante:
Todas as informações contidas nesse site tem carácter informativo e educacional. Nenhuma providência deverá ser tomada sem consultar o seu oftalmologista, pois somente ele está habilitado para praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina.
Ambliopia
“Olho preguiçoso”. Situação em que a visão não se desenvolve adequadamente em um dos olhos, embora sua aparência seja normal. Com o passar do tempo, o cérebro ignora as imagens que vem do olho “fraco”, que perde a capacidade de enxergar.
Pessoas com ambliopia têm dificuldade para perceber distâncias e profundidade, além de correr riscos de cegueira total, caso venham a a perder a visão de seu olho saudável. Em muitos casos a ambliopia pode ser revertida se o tratamento (tampão para ocluir o olho sadio e estimular o olho “preguiçoso”) for realizado a tempo. Por isso, as crianças, mesmo que não apresentem nenhum problema visual aparente, devem ser examinadas por um oftalmologista nos primeiros anos de vida.
Anisometropia
Condição em que o erro refrativo (“grau”) é significativamente diferente entre os olhos. Os principais sintomas são turvação visual unilateral, dificuldade de percepção de profundidade ou que um olho “atrapalha” o outro. Não é comum a queixa de Astenopia .
Na maioria dos casos os sintomas aparecem quando se corrige a anisometropia. Portanto, nos adultos com anisometropia é necessário avaliar as vantagens e desvantagens da sua correção. Existe o risco das lentes gerarem sintomas até então inexistentes. As crianças são bem mais tolerantes. Nelas, prescrevemos o total da diferença refrativa entre os olhos, para evitar a ambliopia.
Astenopia
“Cansaço visual” que acontece aos esforços visuais importantes como leitura prolongada em pessoas que apresentam erros refrativos significativos e não corrigidos.
Astigmatismo
Causado por diferentes curvaturas da córnea e/ou do cristalino ou por irregularidades corneanas. A imagem é formada em planos diferentes, resultando na percepção distorcida. As principais queixas relacionadas ao astigmatismo são astenopia (“cansaço visual”), imagem “borrada”, lacrimejamento. As opções para correção do astigmatismo são: óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa.
Baixa visão / Visão Subnormal
Condição em que a visão não é satisfatória, apesar do tratamento oftalmológico adequado (clínico e/ou cirúrgico) e do uso de óculos ou lentes de contato. Não deve ser confundida com cegueira. Pessoas com visão subnormal ainda possuem visão útil, que pode ser melhorada com recursos ópticos especiais.
A visão subnormal pode ser causada por doenças congênitas, doenças hereditárias, traumas, diabetes, glaucoma, catarata e doenças relacionadas à idade.
CLASSIFICAÇÃO |
ACUIDADE VISUAL SNELLEN |
ACUIDADE VISUAL DECIMAL |
VISÃO NORMAL |
20/12 a 20/25 |
1,5 a 0,8 |
PRÓXIMA DO NORMAL |
20/30 a 20/60 |
0,6 a 0,3 |
BAIXA VISÃO MODERADA |
20/80 a 20/150 |
0,25 a 0,12 |
BAIXA VISÃO SEVERA |
20/200 a 20/400 |
0,10 a 0,05 |
BAIXA VISÃO PROFUNDA |
20/500 a 20/1000 |
0,04 a 0,02 |
PRÓXIMO À CEGUEIRA |
20/1200 a 20/2500 |
0,015 a 0,008 |
CEGUEIRA TOTAL |
Sem percepção luminosa |
Sem percepção luminosa |
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Blefarite
Inflamação nas margens palpebrais, envolvendo os cílios que se tornam oleosos e crostosos, causando sintomas como ardência, coceira, sensação de areia, fotofobia leve, descamação e vermelhidão das margens palpebrais. Está associada ao surgimento de hordéolo (terçol), olho seco devido à instabilidade do filme lacrimal e conjuntivite alérgica. A higiene palpebral com solução de xampu infantil é muito útil tanto no tratamento quanto para evitar a recorrência.
Catarata
Opacificação do cristalino que dificulta a entrada de luz nos olhos, prejudicando a visão. Os sintomas podem variar desde pequenas distorções visuais até a cegueira. A correção cirúrgica é a única opção para recuperação da capacidade visual do portador de catarata.
Classificação:
Catarata congênita: presente ao nascimento.
Catarata secundária: ocorre secundariamente, devido a fatores variados: oculares (uveítes, tumores malignos intraoculares, glaucoma, descolamento de retina, cirurgia intraocular prévia.), sistêmicos, podendo estar associada a traumatismos, doenças endócrinas (diabetes, hipoparatireoidismo), causas tóxicas (corticoides tópicos e sistêmicos, cobre, ferro, mióticos), exposição a radiações actínicas (infravermelho, raios X), traumatismos elétricos.
Catarata senil: opacidade do cristalino por alterações relacionadas à idade. Representa cerca de 85% das cataratas, com maior incidência na população acima de 50 anos. Nesses casos, não é considerada uma doença, mas um processo normal de envelhecimento.
Ceratite
Inflamação da córnea que pode ser infecciosa (viral, bacteriana, fúngica) ou não infecciosa como na descamação do epitéilio nos casos de olho seco e exposição corneana prolongada. Pode evoluir para úlcera de córnea.
Ceratocone
Desordem progressiva em que a córnea adquire uma forma cônica e irregular que prejudica a visão em graus variáveis. Geralmente tem início na puberdade e progride, podendo se estabilizar, geralmente na fase adulta. Na maioria dos casos é bilateral e assimétrico, ou seja, atinge os dois olhos, porém em níveis diferentes. Pode ser hereditário e é muito associado a alergias. O hábito de coçar os olhos parece ter papel importante tanto no desenvolvimento quanto na progressão do ceratocone.
Nos casos mais leves, a visão pode ser corrigida com o uso de óculos. Para astigmatismos maiores, em ceratocones mais avançados, lentes de contato rígidas são adaptadas com sucesso. Alguns casos apresentam melhora com adaptação de lentes gelatinosas próprias para ceratocone.
Atualmente, o cross-linking do colágeno corneano tem como objetivo retardar e/ou estabilizar a progressão do ceratocone. O procedimento é eficaz, com baixo índice de complicações, podendo ser indicado para pacientes com ceratocone progressivo e ectasia progressiva pós-cirurgia refrativa.
O tratamento cirúrgico, com transplante de córnea , é indicado para os casos muito avançados ou com cicatrizes extensas que não melhoram com lentes de contato. Após a cirurgia geralmente é necessário o uso de lentes de contato para uma boa visão.
Conjuntivite
Inflamação da conjuntiva . Pode ser viral, bacteriana, alérgica, traumática, tóxica, química. Os principais sintomas são sensação de areia nos olhos, secreção, lacrimejamento, vermelhidão e coceira. O tratamento varia de acordo com o tipo de conjuntivite, por isso, deve-se evitar a automedicação.
Conjuntivite alérgica
Reação de hipersensibilidade a antígenos presentes no ar. Muito associada a quadros de rinite. Os principais sintomas são coceira, lacrimejamento e vermelhidão. O tratamento inclui o controle dos fatores ambientais (poeira, pelo de animais, bichos de pelúcia, mofo, pólen).
DMRI (Degeneração Macular Relacionada a Idade)
Ocorre geralmente depois dos 60 anos de idade e atinge a área central da retina (mácula), que se degenera com a idade. A DMRI acarreta baixa visão central (mancha central) prejudicando principalmente a leitura.
Além da herança genética, vários fatores podem estar associados ao aparecimento da degeneração macular, como pele clara e olhos azuis ou verdes, exposição excessiva à radiação solar, tabagismo e dieta rica em gorduras.
A prevenção e o tratamento da DMRI são feitos por meio de vitaminas, antioxidantes e óculos com proteção UVA e UVB.
Os danos à visão central são irreversíveis, mas a detecção precoce e os cuidados podem ajudar a controlar alguns dos efeitos da doença e evitar sua progressão.
Estrabismo
O estrabismo, popularmente conhecido como olho “torto” ou “vesgo”, é um defeito visual em que os olhos estão desalinhados e apontam para direções diferentes de forma constante ou intermitente. É uma condição comum entre crianças, mas também pode ocorrer na fase adulta.
O tratamento varia de acordo com a causa do estrabismo, podendo envolver o uso de óculos, tampão, reposicionamento cirúrgico dos músculos do olho, a remoção de uma catarata ou a correção de outros aspectos que provocam o desvio.
Nas crianças, o tratamento precoce previne a ambliopia (“olho preguiçoso”).
Glaucoma
Doença ocular que provoca lesão no nervo óptico e compromete o campo visual. Se não diagnosticado e tratado a tempo, pode levar à cegueira. Na maioria dos casos, a pressão intraocular está elevada, mas também pode ocorrer com pressão normal e até baixa.
O Glaucoma pode ser:
congênito: presente ao nascimento. Recém-nascidos apresentam globos oculares aumentados e córneas turvas. O tratamento é cirúrgico;
secundário: ocorre após cirurgia ocular, catarata avançada, uveítes, diabetes, traumas ou uso de alguns medicamentos como os corticoides;
crônico: costuma atingir pessoas acima de 35 anos de idade. Uma das causas pode ser obstrução do escoamento do humor aquoso . No glaucoma crônico, os sintomas costumam aparecer só em fase avançada, o paciente não nota a perda de visão até vivenciar a "visão tubular", que ocorre quando há grande perda (irreversível) do campo visual.
Humor aquoso
Líquido transparente que preenche o espaço entre a córnea e o cristalino, responsável por nutrir essas estruturas e regular a pressão intraocular.
hipermetropia
Condição em que, sem interferência da acomodação, objetos distantes têm suas imagens formadas atrás do plano da retina.
A principal queixa relacionada às hipermetropias médias e altas é a dificuldade em ver objetos próximos com nitidez e desconforto visual. Ocorre quando o olho é menor do que o normal. A maioria das crianças são hipermétropes de grau moderado, que diminui com a idade. As opções para correção da hipermetropia são: óculos,
lentes de contato ou
cirurgia refrativa.
Hordéolo (terçol)
Pequeno abscesso que ocorre na margem palpebral devido à inflamação das glândulas aí presentes. Mais comum nas crianças e muitas vezes associado à blefarite . Compressas com água morna são muito úteis no tratamento.
Miopia
Condição em que objetos distantes têm suas imagens formadas antes do plano da retina. Os olhos podem ver com nitidez objetos próximos, mas não são capazes de enxergar claramente os objetos que estão longe. O principal fator que influencia o aparecimento da miopia é a hereditariedade. Em geral, o grau de miopia aumenta durante o período de crescimento. As opções para correção da miopia são: óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa.
Moscas volantes
São pequenos pontos, manchas, filamentos, círculos ou teias de aranha escuras ou transparentes que parecem se movimentar na frente de um ou de ambos os olhos. São percebidas mais facilmente durante a leitura ou quando se olha fixamente para uma parede clara.
Com o processo natural de envelhecimento, o vítreo – fluído gelatinoso que preenche o globo ocular – contrai-se, podendo se separar da retina em alguns pontos, sem que cause obrigatoriamente danos à visão. As moscas volantes são proteínas ou minúsculas partículas de vítreo condensado formadas quando o vítreo se solta da retina. Embora pareçam estar na frente do olho, na realidade, elas estão flutuando no vítreo, dentro do olho. Nem sempre as moscas volantes interferem na visão. Mas, quando passam pelo eixo visual, as partículas bloqueiam a luz e formam sombras na retina. Ocorrem com maior frequência após os 45 anos, entre as pessoas que têm miopia, as que se submeteram à cirurgia de catarata ou ao tratamento com Yag Laser e também entre as que tiveram inflamação intraocular.
Se as moscas volantes não estiverem relacionadas a buracos ou degenerações na retina, não é necessário tratamento. Com o passar do tempo elas tendem a diminuir. Mas, se forem um sintoma de alterações na retina, pode ser necessário tratamento com laser para evitar o descolamento da retina. Por isso, o exame oftalmológico é essencial nos portadores de moscas volantes.
Retina
Tecido neurossensorial com células altamente especializadas em captar estímulos luminosos e transmiti-los ao cérebro através nervo óptico.
Olho seco
Disfunção do filme lacrimal devido à diminuição da produção da lágrima (hipossecreção) ou devido à rápida evaporação por alteração do componente lipídico da lágrima. Os sintomas mais frequentes são irritação, sensação de areia, ardência, secreção de filamento mucoso e borramento transitório da visão. Pode predispor a ceratite e infecções como conjuntivites. O tratamento inclui lágrimas artificiais e, em casos mais graves, géis, pomadas e até a oclusão do ponto lacrimal.
Presbiopia
Ocorre pela diminuição da flexibilidade da lente do olho (cristalino), que dificulta a acomodação visual. Conhecida como “vista cansada”, manifesta-se normalmente após os 40 anos, criando uma dificuldade para enxergar de perto. As opções para correção da presbiopia são: óculos, lentes de contato e, mais recentemente, cirurgia.
Pterígio
Crescimento de tecido fibroso triangular que invade a córnea. Mais frequente em regiões de clima quente, em consequência da exposição crônica aos raios ultravioletas e ao ressecamento.
Retinopatia diabética
A prevalência de diabetes está aumentando devido à maior expectativa de vida da população e às mudanças no estilo de vida, chegando a mais de 10% em alguns países.
A partir de 20 anos de doença, cerca de 90% dos casos de diabetes tipo 1 e 60% dos casos do tipo 2 terão algum tipo de retinopatia e 5% deles necessitarão de tratamento para evitar a cegueira irreversível.
Atualmente, a retinopatia diabética é a terceira principal causa de cegueira irreversível no mundo e a primeira causa nos indivíduos em idade produtiva (16-64 anos) nos países em desenvolvimento, causando grandes perdas socioeconômicas.
O diabetes é uma doença complexa e progressiva que afeta os vasos sanguíneos do olho. Um material anormal é depositado nas paredes dos vasos sanguíneos da retina, que é a região conhecida como "fundo de olho", causando estreitamento e às vezes bloqueio do vaso sanguíneo, além de enfraquecimento da sua parede, o que ocasiona deformidades conhecidas como microaneurismas. Esses microaneurismas frequentemente rompem ou extravasam sangue causando hemorragia e infiltração de gordura na retina, prejudicando a visão.
O controle cuidadoso do diabetes com uma dieta adequada, uso de hipoglicemiantes, insulina ou com uma combinação desses tratamentos, prescritos pelo endocrinologista, são a principal forma de evitar a retinopatia diabética.
Fotocoagulação a laser: procedimento em que pequenas áreas da retina doente são cauterizadas com laser na tentativa de prevenir o processo de hemorragia. O ideal é que esse tratamento seja administrado no início da doença, possibilitando melhores resultados, por isso é extremamente importante a consulta periódica ao oftalmologista.
Uveíte
Doença inflamatória que pode comprometer totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, corpo ciliar e coróide). Em alguns casos, a inflamação atinge também o nervo óptico e a retina.
Pode ser classificada em anterior, intermediária ou posterior, de acordo com segmento do olho atingido. Muitas vezes a causa não é conhecida, entretanto, quando é possível determiná-la, as mais importantes são: infecção por vírus, bactérias e fungos; doenças sistêmicas, como toxoplasmose, inclusive a toxoplasmose congênita, herpes simples, citomegalovírus, tuberculose, sífilis; doenças reumáticas como artrite reumatoide e lúpus eritematoso; corpos estranhos e traumas oculares; leucemias e linfomas.
Os principais sintomas são olho vermelho, fotofobia, dor ocular, visão turva, e moscas volantes. Pode comprometer muito a visão e o tratamento varia de acordo com a causa.